Um modelo de programação por metas estendido aplicado no planejamento de distribuição de alimentos

Resumen

A fome é um problema constante que atinge países em todo o mundo. Crises climáticas, econômicas e sanitárias, bem como guerras civis, são alguns dos fatores que contribuem para a persistência e ou aumento na proporção de indivíduos em estado de insegurança alimentar. Um exemplo dramático e recente foi a pandemia de Covid-19 que, além da crise sanitária, desdobrou-se em uma profunda crise econômica mundial. A medida que o vírus Sars-Cov-2 se disseminava entre povos e nações, medidas de restrição e contingenciamento eram necessárias e, com isto, meios de subsistências de populações foram afetados, migrando milhões de pessoas para a pobreza e, subsequentemente, para a fome. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2022, aproximadamente 735 milhões de pessoas estavam em algum grau de insegurança alimentar. No Brasil, mais de 20 milhões de brasileiros se encontram em estado de insegurança alimentar grave, evidenciando os reflexos gerados pela pandemia de Covid-19 no país. Em contrapartida, segundo um estudo realizado pela ONU, no ano de 2020, mais de um bilhão de toneladas de alimentos foram jogados diretamente para o lixo. Nesse sentido, com intuito de promover uma garantia nutricional nas comunidades onde atuam, bancos de alimentos atuam na seleção e recuperação de alimentos que ainda se encontram em estado de consumo, destinando-o posteriormente aos indivíduos e famílias que necessitam destes auxílios. Todavia, tais instituições carecem de ferramentas que possam auxiliar na gestão dos alimentos arrecadados. Portanto, o presente trabalho visa desenvolver um modelo de programação por metas aplicado no planejamento de distribuição equitativa de alimentos de uma determinada localidade, para auxiliar gestores de bancos de alimentos no processo de tomada de decisão. O modelo de programação por metas estendido desenvolvido é apresentado pelas equações (1)-(6).